13 dias na Índia - de Orchha a Khajuraho


Em Jaipur apanhamos um comboio com destino a Jhansi. À chegada tínhamos um taxi à nossa espera que nos levou desde a estação de comboios de Jhansi até Khajuraho. Antes de chegarmos ao destino final, parámos em Orchha para visitar a pequena cidade e o seu famoso Forte. Depois de cerca de 3 horas a conhecer Orchha, fizemos-nos novamente à estrada em direção a Khajuraho.


Orchha uma autêntica cidade medieval viva, recheada de histórias e lendas.
Esta pequena cidade do estado de Madhya Pradesh, surpreende qualquer um que a visite pelo ambiente medieval. Cidade de fortes, palácios e templos que surgem surpreendentemente por uma caminhada pela movimentada praça da cidade.

Acreditamos que quem visita a Índia não lhe seja dada a oportunidade de visitar Orchha, uma cidade próxima de Khajuraho que, devido às esculturas eróticas, ofusca a primeira.
O que salta à vista quando nos aproximamos de Orchha, são os altos muros do Forte que se erguem de forma majestosa por entre vegetação alta e densa, e deixam qualquer um curioso.
O agitado complexo do Forte, foi casa de vários palácios e monumentos, e foi estabelecido pelo rei Rudrapratap Singh em 1501. Ao redor e junto ao rio podemos encontrar muito mais motivos para visitar esta cidade que apesar de desconhecida, te vai encantar devido às suas histórias de cavaleiros e romance. (Infelizmente não temos fotos da nossa visita porque não tirámos, uma vez que, para tirar fotos tínhamos de pagar um extra).

Falemos agora de Khajuraho....

... uma cidade, tal como Orchha, que faz parte do estado de Madhya Pradesh, dista 620 kms de Delí. Hoje em dia é um dos mais populares destinos turísticos da Índia, muito provavelmente por ser nesta pequena cidade que podemos encontrar o maior grupo de templos hindus medievais, famosos pelas suas esculturas eróticas. Este local serviu de capital religiosa à dinastia Hindu Rajput dos Chandelas (séc. X e XII), os quais eram seguidores do culto tântrico.

Classificados como Património Mundial da UNESCO, os famosos templos foram construídos durante longos 100 anos (950 até 1050). O espaço, com cerca de 21 km2, é composto por uma área central protegida por uma muralha com 8 portões, cada um dos quais com duas palmeiras de ouro. Na época de ouro da cidade, eram mais de 80 templos hindus, dos quais apenas 22 estão num estado razoável de conservação.

Devido ao declínio económico e financeiro dos Chandelas Rajputs, o local foi abandonado e a densa selva escondeu os templos durante anos. Este é o principal motivo apontado para a degradação dos monumentos. Actualmente, pelo contrário, encontras belos jardins verdejantes por todo o complexo.

Há quem diga, lemos por aqui e por ali, que os templos têm figuras por fora e não por dentro de forma a dizer que os desejos carnais devem ficar fora dos mesmos... mas não concordamos. Dentro dos templos não vês cenas de sexo, mas tens bonitas mulheres com maminhas redondas e grandes, praticamente nuas e posicionadas de forma sexy. O nosso guia disse-nos que como não existia pornografia e televisão, os homens iam para ali e entregavam-se ao deleite de olhar para tamanha construção.
Estátua dentro de um dos templos
Foi curioso ver como um país tão conservador existe um templo com figuras lascivas. Curioso ver como os antigos esculpiam na pedra relações sexuais hetero e homossexuais e hoje a homossexualidade é condenável. Aliás...até cavalos "satisfeitos" estão cravados nas paredes destes templos! 😂 Estas foram perguntas que nos surgiram ao longo do dia passado neste complexo.

Mas vá, os templos de Khajuraho não se resumem ao sexo... Gravado nas paredes podes encontrar guerreiros, cenas de matrimónio e outras situações da vida quotidiana.









Onde comer?

Pedimos ao nosso guia local para nos indicar um restaurante que fosse tradicional e acessível. Ele ofereceu-se para nos levar e deixou-nos no Indiana Restaurant, perto dos templos


A decoração não era a mais bonita (vêem as flores de plástico em cima das mesas?😂). Mas a pessoa que nos atendeu era super simpático, o Bob Marley na parede trazia boas vibrações.
Até ficámos numa mesa com vista privilegiada


As imprescindíveis lassis, uma de fruta e outra natural. O Naan que ainda hoje nos faz crescer água na boca só de pensar. As bolinhas Gulab Jamun (um doce feito com khoya e farinha, frita em ghee e mergulhadas numa calda de açúcar rica em cardamomo, água de rosas, açafrão e cravinho).

A comida era boa e descobrimos que "pouco picante" para eles significa "menos picante mas muito picante na mesma" e que, no nosso caso, deveríamos pedir sem picante. Foi um óptimo conselho porque até à data bebíamos baldes de água à refeição.


Onde ficar?

O hotel Radisson Khajuraho fica a cerca de 1 km do centro da cidade. O espaço é agradável, tem um pequeno almoço razoável, e o staff, simpático e disponível. O valor por noite ronda os 96€.




Antes de terminar, deixamos-te uma foto de um cartaz no complexo dos templos.

E lembra-te: You just need two feet and a heart beat... you can go everywhere



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