13 dias na Índia - Agra


Fundada entre 1501 e 1504 pelo Sikandar Lodi, sultão de Deli, Agra é uma cidade da Índia parte do estado do Uttar Pradesh. 

O monumento mais famoso da cidade, e um dos mais conhecidos da Índia é o sobejamente conhecido Taj Mahal. Contudo, Agra não se limita ao Taj Mahal, apesar de ser uma cidade relativamente pequena, com quase 2 milhões de habitantes 😂, ela desenvolveu-se sobre a proteção dos imperadores Akbar, Shah Jahan, Jahangir e Humayun, e atraiu artesãos e arquitectos de várias partes da Ásia que tiveram intervenção em grandes palácios, fortes, mausoléus e jardins.
No centro da cidade podemos encontrar o Agra Forte, e junto ao rio Yamuna está o grandioso Taj Mahal. A 35 quilómetros, o marajá Akbar construiu a sumptuosa cidade abandonada de Fatehpur Sikri.

Agra tem tanto para ver, cor, luz, pessoas, cheiros, monumentos a perder de vista... junta-te a nós e deixa-te envolver por mais um pedacinho da Índia.

Quando ir?

Em Agra, durante todo ano, o clima é quente, porém varia dependendo da zona e da época do ano.
Tal como, nas cidades dos posts anteriores (Deli e Jaipur), a época fria vai de Dezembro a Fevereiro, o tempo quentinho de Março a Maio, com temperaturas na volta dos 40ºC, e a época húmida, de Junho a Setembro, também conhecida como época das monções.
Ao olharmos para o calendário, talvez a melhor altura para ir a Agra seja de Outubro e Novembro (nós fomos em Outubro), em que a chuva já foi e o calorzinho abraça o nosso corpo pouco preparado para aquelas temperaturas tão aconchegantes 🤣🤣

Como ir?

Nós, tal como já referimos anteriormente, fizemos a viagem num autocarro privado por termos ido por uma agência, que tratou de tudo por nós, mas se és mais aventureiro e audaz e vais por tua conta fica a saber que tens várias opções à tua escolha.
Se estiveres hospedado em Jaipur e quiseres ir até Agra podes ir de comboio, são cerca de 240 kms, feitos em 3h45m, com um custo que varia entre os 3 e os 13€. Tens autocarros em que os preços variam entre os 3 e os 10€, ou então podes alugar um carro e aventurar-te por estradas com poucos carros, calmas e sem perigo de se atravessarem à tua frente, sem tu saberes bem de onde ele surge 😂😂 - são mais ou menos 35€ para fazeres os 240 kms, e na melhor das hipóteses só demoras 3h30m. Há ainda táxi, que pode chegar aos 60€.

O que fazer?

Fatehpur Sikri

Depois de deixar Jaipur para trás, a 37 km de Agra, parámos na cidade fantasma Fatehpur Sikri.
Esta cidade foi construída entre 1572 e 1585, predominantemente em arenito vermelho pelo imperador mogol Jalal-ud-din Mohammad Akbar, em homenagem ao santo sufi Sheikh Salim Chishti. A história diz que o imperador queria muito um filho e foi a Sikri pedir ao Santo, sendo abençoado com o seu pedido. Em gratidão, ele construiu esta cidade. Cerca de 10 anos depois, devido à falta de água, Akbar teve que abandonar a cidade, tornando-a numa cidade fantasma.
Nos dias de hoje, mesmo depois de tantos anos, a cidade continua linda e de uma magnitude brutal: os edifícios trabalhados parecem feitos ontem e está tudo muito bem preservado.
Desde 1986, Património Mundial da UNESCO, a cidade conta com vários complexos de monumentos e templos, nomeadamente uma das maiores mesquitas da Índia, a grande mesquita Jama Masjid. A oeste da mesquita, encontram-se duas sepulturas: uma do santo e outra do seu filho.

A entrada custa, para os turistas, Rs 550 (€ 6.80)








Forte Vermelho

Foi no Forte Vermelho de Agra, hoje Património Mundial da Unesco, que o imperador Shah Jahan foi feito prisioneiro pelo próprio filho após ter sido destronado pelo mesmo.
Considerado um palácio-muralha, esta imponente fortaleza rodeia um grande complexo de edifícios. O forte foi construído entre 1565 e 1573 pelo imperador Akbar (o mesmo imperador que construiu Fatehpur Sikri). Mais tarde, o neto do imperador, Sha Jahan, acrescentou edifícios em mármore branco, fazendo dele uma cidade-palácio fortificada.
O que mais gostámos, para além da beleza esperada do interior do forte, foi ver pequenas técnicas e invenções de engenharia rudimentar que parecem tão actuais e inteligentes para uma época tão longínqua.
Vale muito a pena visitar o forte. A entrada custa RS. 550 (€ 6.80) para os turistas.





Interior do Forte

Edifícios e templos em mármore branco construídos por Sha Jahan

Como o Forte fica a 2,5km do Taj Mahal, conseguimos vê-lo de uma das janelas.


Taj Mahal

Ir a Agra e não ver o Taj Mahal é o mesmo que ir a Roma e não ver o papa... não faz sentido! 😆
O Taj foi exactamente como esperávamos: um gigante todo vestido de branco, lindo como só ele. Eleita uma das sete maravilhas do Mundo tornou-se ainda mais bela, aos nossos olhos, depois de conhecer a história por detrás da sua construção. Tudo na Índia, como temos visto até agora, é megalómano e construído por amor, e o Taj não foi excepção.


O mausoléu foi construído por Shah Jahan (o mesmo imperador que falámos no Agra Fort) para a Imperatriz Mumtaz Mahal.
Prometida ao Príncipe Khurram em 1607 com 14 anos, casaram 10 anos mais tarde, numa data escolhida pelos astrólogos da corte por ser a mais propícia a um casamento feliz. Anos mais tarde o príncipe Khurram ascendeu ao trono, tornando-se o quinto Imperador Mughal, popularmente conhecido como Shah Jahan. Ela era a terceira esposa e a sua favorita (é caso para dizer que "à terceira é de vez" 😂). Depois das festas do casório, Khurram, tendo em conta a sua aparência e carácter, elegeu-a como Mumtaz Mahal, "A escolhida do Palácio". Ambos tiveram, ao que parece, um casamento cheio de profundo amor. Mesmo em vida, os poetas exaltavam a beleza, graciosidade e compaixão dela. Mumtaz Mahal era a mulher e companheira de confiança do imperador.
Em 1631 a imperatriz morre em Burhanpur durante o nascimento do 13º filho. O seu corpo foi temporariamente enterrado no jardim Zainabad nas margens do rio Tapti. Mas o imperador não queria aquele local para descanso eterno da esposa. Como tal, iniciou um projecto de construção de um mausoléu em Agra, tarefa que levou 22 anos para ser concluída - o Taj Mahal.
Construído com as melhores matérias primas do mundo: mármores indianos, ágatas do Iémen, lápis-lazulis do Afeganistão, jades da China, ametistas da Pérsia, safiras do reino do Ceilão e ouro, o Taj Mahal é, nada mais, nada menos, que um monumento para homenagear o amor do imperador pela esposa e a sua beleza e vida.
O Taj está aberto todos os dias, à excepção de Sexta-feira. Para visitares o cartão de visita da Índia, pagas 16€. A nós deram-nos um pequeno kit que incluía um panfleto com a história do mausoléu e umas protecções para os sapatos. Sem elas não podes entrar no seu interior e ver os túmulos do imperador e da imperatriz.


casa de hospedes

A nossa Boa Acção de cariz social

Assim que planeamos a nossa viagem à Índia, por sabermos ser um país com muita gente com falta de recursos, decidimos que podíamos ajudar de alguma forma. O Holmes Place ajudou-nos nesta causa com cerca de 80 t-shirts que fomos deixar na Mother Teresa's Missionaries of Charity de Agra. Foi uma experiência bastante emotiva e, por um lado, "chocante". Visitámos a casa e estivemos com algumas das crianças que haviam sido abandonadas pelas mães ou eram órfãs. Vimos tantas pessoas com algum tipo de deficiência, mental e/ou psicológica, que pela sua condição não tinham como sobreviver no "mundo lá fora". A casa da Madre Teresa vive de caridade, por isso achámos que seria um bom receptor da nossa oferenda. Nós queríamos ter deixado algumas aos chamados "intocáveis" - que são pedintes e sem abrigo - mas o nosso guia disse-nos que se o fizéssemos as pessoas podiam levar a mal, e aconselhou-nos, então, o local escolhido.
(conselho: Há muitos macacos pelo edifício... 🙈🙉🙊 não apontes ou tentes interagir com eles. Os macacos indianos têm fama de ter maus fígados)





Onde ficar?

E porque há um certo nível a manter (😂), o hotel de Agra foi, talvez, o segundo melhor em que ficámos: Jaypee Palace Hotel


Reparem no pormenor do vidro, com uma persiana, com vista do quarto para o duche e vice-versa 😏

a nossa varanda
Neste hotel tivemos tempo para aproveitar uma horinha na piscina (o que, com aquele bafo insuportável, soube que nem ginjas) e à noite assistimos, no jardim, a um espectáculo de danças tradicionais numa plataforma sob a água. Um luxo!





De mochila às costas, partimos para a próxima cidade! Acompanhas-nos?!


E lembra-te: You just need two feet and a heart beat... you can go anywhere


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