Fim-de-semana em Sevilha


Antes de falar um pouco sobre esta cidade da vizinha Espanha, dizer o porquê da ida a Sevilha. Pois bem, aqui a maluquinha Marisa, como tem muito tempo livre, gosta de aproveitar para correr uma vez ou outra, e não é que teve uma ideia genial! Participar na meia maratona de Sevilha! E assim foi, já que se vai a Sevilha correr, porque não aproveitar para conhecer a cidade um pouco mais!? Junta-te a nós e vem conhecer um pouco deste lugar tão interessante e cheio de história.

Sevilha tornou-se importante ainda antes da formação de Espanha, quando ainda era dominada pelos muçulmanos e se tornou nos dos principais centros de comércio e cultura da península ibérica. Já sob o domínio espanhol, era do porto da cidade que partiam as embarcações rumo à América que estava sob o domínio espanhol, e aqui regressavam  carregados de ouro e outras riquezas. Devido ao seu passado cheio de história, Sevilha é hoje uma cidade imponente, repleta de monumentos de várias épocas, que prometem fazer as delicias a quem a visita.

Sevilha é a quarta maior cidade espanhola, e fica no sul de Espanha, e pertence à Andaluzia.


Quando ir?

Uma pergunta difícil ou nem tanto assim. Se perguntares a alguém que já tenha ido a Sevilha vão dizer-te que no verão é terrível, que fazem 40ºC à sombra e ao sol nem queiras saber, kkkkk. E de inverno faz um frio desgraçado que só te apetece ficar no hotel abraçado ao cobertor. 
Nós fomos em Janeiro (mais precisamente, no fim-de-semana passado), e obviamente estava frio como é normal para a época do ano, mas não choveu, e foi tranquilo andar pelas ruas. Pelo que apurámos, a melhor altura é mesmo antes da chegada do verão, até Junho, em que as temperaturas são agradáveis, a probabilidade de chuva é reduzida e consegues desfrutar de tudo o que a cidade tem para te oferecer sem andares a fugir do sol.

Como ir?

Podes ir de várias maneiras, de carro, de autocarro, avião e até de bicicleta se tiveres boa preparação física 🤣 No nosso caso, fomos de carro. Partimos de Lisboa em direcção à cidade andaluz, para fazer cerca de 440 km. A viagem faz-se bem se seguires pela auto-estrada A2 em direção ao Algarve e entras em Espanha, depois são cerca de 130 km em solo espanhol. Esta brincadeira é capaz de te ficar em cerca de 100€ mas a dividir por todos não custa nada... a opção autocarro é feita através da rede autocarros FLIXBUS que custa cerca de 15€ por pessoa, de avião tens várias opções, mas o voo direto pela TAP não te vai custar menos de 300€... 
Já tens algumas informações, então o que é que estás à espera!?


O que fazer?

Dia 1

Chegámos a Sevilha ao final da tarde, por isso, este nosso primeiro dia resumiu-se a encontrar o apartamento e procurar um sitio bom para comer e ver um bocadinho da noite sevilhana. Nós ficámos hospedadas na Calle Jesús del Gran Poder, na parte velha de Sevilha. Paralelamente a esta rua há uma grande praça com vários restaurantes e tapas. Tanto a senhoria do apartamento onde ficámos, como um habitante local, disseram-nos que esta é uma das zonas boas para se comer, em relação qualidade-preço. A praça tem muita gente, e nem o frio esvaziava as largas esplanadas. O ambiente é bastante agradável e a oferta abunda. Mas quanto a comidas já lá vamos...

Dia 2

Foi no segundo dia que a acção começou. Depois de um farto pequeno-almoço e cheias de vontade, partimos à descoberta das preciosidades de Sevilha. Tens várias opções de transportes públicos. Nós decidimos palmilhar a cidade a pé, como fazemos sempre. Gostamos de andar e no caminho observar as pessoas e as ruas escondidas... para além de que poupas euros! 🤑
Ao olhar para o mapa vais pensar, que vais andar pouco, mas não te animes, nós nesse dia andámos 18 km, por isso, leva algo confortável calçado para percorrer toda a cidade sem problemas. Ah! A cidade é plana! Por isso sem stress...

Roteiro do dia: desde o apartamento até à Praça de Espanha... sendo que o destino final foi no Bairro de Triana.

O primeiro ponto de interesse foi o Metropol Parasol, também conhecido como Las Setas.
Obra do arquitecto alemão Jürgen Mayer, esta é a maior estrutura de madeira do mundo. O Metropol começou a ser construído em 2005 e foi inaugurado em 2011, com o objectivo de renovar a Plaza de la Encarnación. O seu nome advém da sua aparência: guarda-sóis gigantes em forma de cogumelo, setas em espanhol.
O Metropol Parasol está organizado em cinco níveis: no nível 0 encontramos o Antiquarium e o acesso aos elevadores; no nível 1 tens um espaço aberto onde podes aproveitar as sombras dos cogumelos; no segundo nível tens um mercado; no terceiro, um terraço panorâmico; no quarto nível lojas e um pequeno bar; e, finalmente, no quinto nível um miradouro de 28.5 metros de altura com vista sobre a cidade.

O miradouro está aberto de domingo a quinta-feira das 09:30h às 23:00h e das 09:30h às 23:30h à sexta e sábado; e tem um custo de 3€.



Aproveitando a localização, demos uma espreitadela ao piso 0: O Antiquarium.
Este museu subterrâneo esconde magníficos mosaicos e ruínas do período romano. Durante a primeira fase de construção do Metropol Parasol foram descobertos vestígios de uma cidade romana (desde o ano 30 dC até ao séc. VI) e de uma casa islâmica dos séculos XII e XIII. O Antiquarium têm quase 5000 m2, cercado por uma membrana de vidro que envolve todo o espaço, e está estruturado em 3 grandes áreas. 

O bilhete custa 2€ e podes visitar o museu de terça a sábado, das 10:00h às 19:30h, e domingos e feriados das 10:00h às 13:30h.



De seguida, procura pela Plaza del Salvador, no bairro de Alfalfa. Nesta praça podes encontrar alguns restaurantes e esplanadas... mas queremos que vás lá porque aqui podes encontrar a segunda maior igreja da cidade (depois da catedral). 



Podes ver o interior desta igreja do século XVII, por 9€ (o bilhete inclui também a visita à catedral). 



Continua até chegar à Plaza Nueva. Nós achámos esta praça particularmente divertida porque havia uma grande banda de rua a tocar. Dançámos e rimos ao ritmo dos músicos mesmo aos pés do monumento ao rei Fernando III.


A Plaza Nueva é uma das maiores praças de Sevilha e fica em frente à Câmara Municipal da cidade. 


A poucos metros da Plaza Nueva, encontramos a emblemática Plaza San Francisco.




É atravessando esta praça cheia de história, que chegas à imponente Catedral de Sevilha.
Declarada em 1987, Património Mundial da UNESCO, esta catedral é o maior templo gótico do mundo e o terceiro maior templo da cristandade.
E se a arquitectura gótica não te impressionar e o seu tamanho não te intimidar, recordo-te que no seu interior podes ver o túmulo de Cristóvão Colombo. Já te convencemos?

A entrada na catedral custa 9€. Podes comprar o teu bilhete online aqui.




A Giralda é a torre do sino da Catedral. Com 97.5 metros de altura esta é umas das imagens mais famosas de Andaluzia. A torre consiste em duas peças diferentes de culturas diferentes. O corpo muçulmano é a parte mais antiga, iniciada em 1184 por ordem de Abu Yaqub Yusuf para ser o minarete da Mesquita Almóada de Sevilha (demolida por volta de 1403 para dar lugar a enorme catedral gótica). Mais tarde, no século XVII, o arquitecto Hernán Ruiz acrescenta a parte cristã: a torre do sino. O curioso sobre esta torre, reside no facto de a Giralda não ter escadas. Ao invés disso, possui 35 rampas largas, permitindo o acesso a cavalo.



Dá a volta à catedral e aprecia cada fachada deste edifício. Vais chegar à Plaza Virgen de los Reyes. Esta é uma das praças mais movimentadas de Sevilha às portas do Bairro de Santa Cruz. No centro da praça há uma fonte do século XX, e aqui encontras uma serie de charretes para fazer um passeio pela cidade.




O Bairro de Santa Cruz é um labirinto de ruas estreitas cheias de lojas e restaurantes. Não  te aconselhamos a comer aqui por ser uma zona mais cara... mas aconselhamos-te a dar uma vista de olhos por este bairro tão popular.



Sem querer tropeçamos no Real Alcázar - Palácio Real de Sevilha. Não entrámos mas, pelas fotos que vimos na Internet, é um sitio que vale a pena visitar. Só te aconselhamos a comprar o bilhete online porque as filas são enormes!

Declarado Património da Humanidade pela UNESCO desde 1987, os Alcáceres Reais de Sevilha começaram a tomar o seu aspecto actual após a conquista de Sevilha pelos árabes em 713. A partir de 720, os líderes utilizavam o Alcázar como residência. Ainda hoje, o palácio serve de alojamento dos membros da família real.

O bilhete de entrada para visitar o piso térreo e os jardins custa 11,50€. Podes ver aqui as diferentes opções e horários.


Escondida no meio de edifícios, podes encontrar um recanto artístico da cidade: a Plaza del Cabildo
Esta praça semicircular é obra do arquitecto Joaquín Barquín Barón. Nas arcadas de três andares, sustentados por colunas de mármore, podes apreciar os afrescos do pintor sevilhano José Palomar. No interior da praça podes encontrar uma fonte e várias lojinhas.





Deixando o centro, começamos a procurar as margens do rio até chegarmos à Torre del Oro.
Esta torre de vigia, de 36 metros de altura, está localizada na margem esquerda do rio Guadalquivir. Esta torre defensiva protegia a cidade e o Alcázar das invasões através do rio. A torre é formada por três partes: a primeira secção, dodecagonal, foi construída entre 1220 e 1221 pelo governador almóada Abú I-Ulà. O seu nome deve-se aos reflexos dourados dos azulejos que cobriam a torre nesta altura; a segunda secção, também dodecagonal, foi construída por Pedro I, o cruel, no século XIV; a terceira secção, cilíndrica e com uma cúpula, foi construída em 1760 pelo engenheiro militar Sebastián Van der Borcht. A Torre de Ouro foi, em 1931, declarada monumento histórico-artístico.

A torre está aberta ao público de segunda a sexta das 9:30h às 18:45h, e sábado e domingo das 10:30h às 18:45h; e os bilhetes custam 3€.



À beira do rio, junto à torre, tens uma série de barraquinhas que vendem viagens de barco pelo rio  - Pode, também, ser uma perspectiva interessante de ver a torre.

A 1,5 km da torre de vigia, chegas ao local sobre o qual tínhamos mais expectativas: a Plaza de España.
A mítica praça, de 170 metros de diâmetro, fica no Parque Maria Luisa. Construída em 1929, para a Exposição Ibero-Americana, pelo arquitecto sevilhano Aníbal González, tornou-se a praça mais imponente de Espanha. 
Ao longo de todo o perímetro da praça há um canal com 515 metros de comprimento. O romance paira no ar nestes canais, e parte da beleza desta praça são os barcos com casais de namorados ou famílias que navegam felizes.


Mas foram os azulejos que fizeram com que os nossos corações se enchessem de entusiasmo... Sabias que as 49 províncias espanholas estão representadas nos bancos da praça? E prepara-te que vais estar sentado a apreciar toda aquela beleza quando um espanhol te pede para saíres para que ele possa tirar uma fotografia com o azulejo da sua terra. 



Se tiveres sorte ainda apanhas um show de flamenco por debaixo de uma arcada. Aproveita os shows grátis que surgem em vários pontos da cidade. 

Já que falamos em Flamenco, vamos voltar caminho até ao Bairro de Triana. Triana está ligado ao centro de Sevilha pela Ponte de Triana (ou Ponte Isabel II). Esta ponte de três arcos, com um comprimento total de 149 metros, é toda feita de pedra e metal.



vista da Ponte de Triana para a Torre de Ouro
Triana vista da margem esquerda do Guadalquivir

Ao entrar no Bairro de Triana parece que entramos numa outra cidade. Triana é conhecido pelo flamenco e a estátua da dançarina sevilhana dá as boas-vindas à entrada do bairro.


Este bairro típico de Sevilha é, tradicionalmente, associado aos ciganos, mas actualmente é raro encontrá-los no bairro uma vez que este tornou-se um dos locais mais exclusivos e caros da cidade.


Dia 3

O terceiro e último dia, foi dedicado ao mote que nos levou a terras espanholas: a Meia Maratona de Sevilha.

Enquanto a Marisa corria pela cidade, a Rafaela passeava nas margens do rio Guadalquivir. Este espaço faz lembrar Belém, em Lisboa. É um lugar bastante tranquilo, soalheiro e cheio de grupos de jovens, famílias a passear, esplanadas... um óptimo local de despedida.

AHAHAHAH, quer dizer uma a correr pela cidade que nem uma louca, a ter uma perspectiva diferente do turista normal, e outra a passear que nem uma lady. enfim, cada um tem aquilo que merece, e realmente o que nos proporcionou este pequeno passeio foi a prova. Em relação à prova: percurso plano, dividido em dois quadrados (11 km + 10 km) percorrendo toda a cidade. Abastecimento no percurso: apenas água 😫 Junto à meta a festa do costume com muita alegria, animação e sentimento de missão cumprida. Ficou o bichinho de realizar provas fora de Portugal. Fica o sentimento de correr para viajar? Sim... até porque em Março teremos novidades sobre outra prova e outro destino fora da caixa para nós 👌🤩


Resumindo... aproveita a cidade! Anda a pé - a cidade é relativamente pequena. E...Ver flamenco é obrigatório! O Flamenco é uma das bases da cultura andaluza e foi declarado património cultural imaterial pela UNESCO. Tens shows pagos, e caros, mas também tens muita coisa gratuita. A qualidade pode não ser profissional, mas é dançada pelo "povo" e isso traz outra magia.

Se tiveres mais tempo, podes visitar o parque temático Isla Mágica. 


Onde comer?

Na primeira noite, como anteriormente dito, jantámos numa praça perto do nosso apartamento. Uma amiga nossa é doida por Falafel e, como tal, parámos no restaurante La Pita. 



No sábado parámos num restaurante de tapas para petiscar alguma coisa. Não aconselhamos a comer aqui...a relação qualidade-preço não compensa de todo. Nós pedimos umas tapas de queijo brie com cebola frita que no fundo eram 2 fatias de pão de forma com brie derretido, e uma tábua de queijos que tinha 3 pedacinhos de 4 qualidades diferentes. Pagámos cerca de 25€ com 3 bebidas.

Não podia faltar a nossa Bandida!! Mais uma carica para a colecção!

Mesmo assim, o melhor lugar de todos continua a não desiludir e a garantir o terreno da nossa preferência: o nosso brunch caseiro!




Onde ficar?

Nós alugámos um apartamento, Sevilla Butterfly Suites, para os dias que passámos em Sevilha. O espaço era agradável, tinha estacionamento, algo bastante importante para quem vai de carro porque é difícil ter estacionamento disponível nas ruas. Alugámos pelo Booking e custou 182€ para 2 noites.
Não vamos dizer que ficámos incrivelmente satisfeitas com a escolha, mas pelo menos estava perto do centro e tinha garagem.






Mais uma bandeirinha para a mochila e mais um check na nossa lista. Esperamos ter-te transmitido um bocadinho dos ares sevilhanos 😊

E lembra-te: You just need two feet and a heart beat... you can go anywhere


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