3 dias em Milos

Quando ir?

Milos, este foi o nosso último destino por terras gregas, e não ficou nada atrás das outras ilhas por onde passámos.
Esta é uma das melhores ilhas para quem quer e gosta de "fazer praia", por ter muitas e muito diferentes umas das outras. Por isso partimos à descoberta das melhores praias desta pequena ilha da costa leste da Grécia.
O melhor período para visitar a ilha é entre Junho e Setembro, em que as temperaturas rondam os 25ºC durante o dia. Porém, à noite a  temperatura desce um pouco e o clima fica mais fresco, o que facilita passar a noite sem parecer que acabaste de treinar de tanto transpirar. 
Infelizmente, para nós e contra todas as expectativas, encontrámos uma ilha maravilhosa mas com o tempo fresco para fazer vida de veraneante. Durante todos os dias que estivemos em Milos, fez muito vento, o céu esteve sempre nublado, e nunca dispensámos de um agasalho, mesmo durante o dia. Houve dias em que choveu bastante, tal qual dia de inverno. No entanto, em conversa com os locais, eles disseram que não é algo normal para Setembro, e que tudo se deveu à passagem de um ciclone na região. 
Portanto, só para prevenir e poderes desfrutar de umas autenticas férias de verão aconselhamos-te a visitar Milos entre Junho e Agosto. Esperamos que tenhas mais sorte do que nós! 

Como ir?

A ligação entre Santorini e Milos fez-se de ferry (mais ou menos 3 horas), como foi sendo habitual ao longo desta viagem. Mais uma vez reforço, a ideia de que além de ferry, podes deslocar-te até Milos de avião, mas obviamente tem um custo superior. O ferry além de ser mais em conta, também tem a vantagem de atracar no porto, que fica em Adamas, e que acolhe a maior parte dos turistas que visitam esta pequena pérola do mar Egeu. 
(Podes também ir de mota ou bicicleta, desde que a leves no ferry ou no avião, kkkkkkk 😂)

O que fazer?

Dia 1 - Norte de Milos


Chegámos a Milos ainda de madrugada, antes mesmo do nascer do sol. Apesar do frio e do orvalho que se fazia sentir, foi simplesmente único assistir ao nascer de um novo dia sentadas num banco de jardim à beira mar.

Com um longo dia pela frente, e como o tempo estava muito ventoso, decidimos que esse dia seria dedicado a visitar todos os pontos de interesse do norte da ilha.

Existe uma rede de transportes públicos em Milos (veja o site aqui), mas como os itinerários não eram muitos e não existia percurso para os locais que queriamos ir, decidimos alugar uma moto 4. Pagámos 25€/dia por uma 125cc e andámos à nossa vontade.

A primeira paragem foi Sarakiniko (existe um autocarro que parte de Adamantas para aqui).

Sarakiniko é uma paragem obrigatória em Milos! A sua paisagem é muito peculiar. As rochas vulcânicas, sem qualquer vegetação e de uma cor branca como cal, fazem contraste com o azul turquesa das águas tornando a paisagem encantadora e muito semelhante à superfície lunar.

De seguida, Mandrakia.

Mandrakia é uma pequena vila piscatória, esculpida em rochas ao redor de um pequeno porto. Estas casas são, até aos dias de hoje, utilizadas como arrumo dos barcos e redes de pesca.


Seguindo a rota traçada, chegamos à famosa praia de Firopotamos.

Esta pitoresca vila piscatória é conhecida tanto pelo seu porto de pesca como pela paradisíaca praia. Infelizmente, devido às condições climatéricas, nós não conseguimos usufruir desta pequena pérola de Milos... Mas aproveitamos para explorar a vila, ver as pequenas "garagens" dos barcos de pesca no piso térreo das casas à beira mar, e conhecer as ruínas abandonadas na baía.
 No caminho de regresso a Adamas, aproveitámos para conhecer Plaka e Klima. Apesar de Klima ser a sul de Plaka, decidimos conhecer essa vila primeiro. 

Klima é mais uma tradicional vila piscatória. Esta é caracterizada por casas de dois andares multicolores construídas nas concavidades naturais da rocha. No piso térreo, à semelhança das outras vilas visitadas, os chamados "syrmata", onde ficavam guardados os barcos e redes dos pescadores; e no andar de cima moravam as famílias.

Para acabar o dia com um pôr-do-sol com vista panorâmica, terminamos o nosso dia em Plaka.
Plaka é a capital de Milos e está situada no topo de um grande rochedo, com vista para o golfo de Milos. Para visitar a aldeia o único meio de locomoção é a pé. As ruas são demasiado estreitas e por isso o trânsito é condicionado.

Infelizmente estava tudo fechado e as ruas estavam desertas e sem vida. A boa noticia é que consegues tirar fotografias sem apanhar turistas.

Perde-te nas ruas e ruelas de Plaka e sobe até ao Kastro. O caminho parece estar um bocadinho deixado ao abandono, mas a vista lá de cima compensa:

Dia 2 - Kleftiko

Devido a um ciclone tropical que atacou o sul da Grécia, as fortes rajadas de vento obrigaram à suspensão dos portos. Como tal, não nos foi possível fazer a tão desejada viagem até Kleftiko.

Mas como garotas obstinadas que somos, procuramos alternativas para, pelo menos, chegar o mais perto possível daquela que é uma paisagem de referência de Milos. Descobrimos que existe um caminho pedestre até lá, por isso, partimos à aventura.
A primeira meta é, seguindo para Sul, chegar a Xilokeratia. Aqui existe um pequeno parque de estacionamento, onde podes deixar a Mota e seguir a pé.
(Atenção: Recomendamos vivamente alugar moto 4 porque o terreno é cheio de declive e pedras)

Mais uma vez a natureza levou a melhor e, depois de 2 ou 3 tentativas de seguir caminho, tivemos que abortar a missão. O vento era tão forte que levantava as areias e pedrinhas do chão e criava uma nuvem de areia que mais parecia uma chuva de punhais contra nós.

Mas, pelo menos, conseguimos ver Kleftiko lá ao longe 😊


Dia 3 - Sul de Milos

Sem o clima a nosso favor, pedimos conselhos a locais. A orientação foi para a praia de Firiplaka. Mais uma vez, o caminho foi para sul.

Ficamos espantadas quando, ao chegar a Firiplaka, e descendo até à praia, o tempo estava bem melhor. Tão agradável que deu para aproveitar e apanhar um pouco de vitamina D.

Esta praia de areia branca muito fina, lembrava as nossas praias portuguesas. Como fica rodeada por grandes rochas, é bem mais abrigada do vento. Firiplaka é uma das mais conhecidas praias de Milos, devido à sua beleza e às águas cristalinas.

Aproveitando a viagem, e depois de um banho de sol para recarregar as energias, fizemos um desvio até Tsigrado.

O caminho de acesso à praia é perigoso e, como o vento estava bastante forte, achámos prudente não arriscar. 

Onde ficar?

A nossa acomodação em Milos foi fabulosa. Ficámos hospedadas no Milos Hotel, a 5 minutos do porto.

Adorámos o Hotel. O staff é muito simpático e disponível. O quarto estava limpo e muito bem decorado. O pequeno almoço, buffet, super completo e com qualidade. 
Por causa do ciclone e do mau tempo, com o porto fechado, todos os barcos foram cancelados e ficámos "presas" na ilha. Fizeram-nos um miminho por mais uma noite, com um upgrade de quarto (igualmente bonito).
O único ponto negativo foi a água do duche. Como ficou muito frio e tempestade, a caldeira não aquecia bem a água, havendo muita oscilação da temperatura.

Onde comer?

Ai, ai, ai... onde comer?! Nem sabemos bem o que dizer... Rasgados elogios à gastronomia grega nunca farão jus aos sabores, cores e sensações que nos dão. É o diamante da gastronomia mediterrânica, aliás enquanto escrevíamos este texto, vinha à nossa mente aquele cheiro delicioso, que nos levou de volta à Grécia. 
Por tantos restaurantes ao nosso dispor, optamos por um dos mais conhecidos restaurantes de Adamas, e até da própria ilha, o Oh! Hamos. E deixamos também uma referência ao Aggeliki, uma gelataria/ pastelaria, que nos recebeu muito bem durante as nossas tardes de ócio e descontração.


Oh! Hamos ("Ω! Χαμός")

Ao entrarmos nesta taberna de ambiente simples e cativante, cheio de cor, decoração, e completamente a abarrotar de gente, percebemos que deveríamos ter chegado mais cedo para tentar ficar numa mesa mais abrigada da brisa fresca que se fazia sentir. Acreditamos que quando o tempo está quente, seja absolutamente maravilhoso ficar na rua a desfrutar da comida, bebida e do espaço, mas naquela noite o que mais nos apetecia era estar na zona mais reservada, para desfrutar daquele momento com mais conforto e sem frio. De toda a nossa experiência, foi o aspeto menos positivo, contudo não defraudou as nossas expetativas sobre tudo resto.
Quanto à comida e é sobre isso este item... Comida caseira, preparada com amor, e em que muitos dos produtos são de produção própria, com aromas que te envolvem e fazem chorar por mais.
Uma curiosidade, as ementas, escritas à mão, tem um espaço dedicado à tradução em português.

Descrição -  queijo típico de Milos, Skotirokolokitha (courgete frita com queijo), O! Hamos! Greek Salad, Pitarakia Tisgiagias (Pequenas Tartes de queijo)

Manoura Saganaki (Queijo de cabra frito)

Terminámos a refeição com Mastika, uma pequena goma de resina, que serviu de sobremesa. 
Tudo isto, mesa farta, boa comida, bom ambiente, e um excelente staff, ficou a pouco mais de 30€, um preço agradável para esta visita gastronómica. 


Aggeliki

Esta simpática gelataria/ pastelaria de fabrico próprio, foi o nosso spot para parar e descansar um pouco das nossas voltas e reviravoltas por Milos, a carta é vasta e serve uns pequenos-almoços de comer e chorar por mais, mas o que nos prendeu mesmo o olhar foram os waffles com gelado. Não conseguimos resistir a tamanho pecado grego, sim porque são uns senhores Waffles, grandes e bem regados com calda, com uma bola de gelado à nossa escolha. Na primeira vez, provámos com uma bola de gelado de Kaimaki (um doce tradicional grego feito com mastika), e na segunda e última, como despedida da ilha, provamos a bola de mascarpone com frutos vermelhos e calda de chocolate branco.
Sim, eu sei, verdadeiras bombas calóricas e açucaradas, que fariam qualquer diabético entrar em colapso, mas garantimos-vos que a dividir, distribuem-se os males por dois, e o sabor compensa qualquer preocupação com a linha, kkkk

Espero que tenhas gostado de viajar connosco por terras gregas, tanto como nós gostamos de te contar as nossas aventuras!

E lembra-te: You just need two feet and a heart beat... you can go anywhere